Após um primeiro tempo de muitos erros, seleção supera o nervosismo e domina a equipe do gigante Hadadi para estrear com triunfo na Turquia
Leandrinho anotou 13 pontos (Foto: Reuters)
O Brasil vestiu verde em sua estreia no Mundial da Turquia, cor que simboliza uma palavra que não sai da cabeça dos jogadores: a esperança. A campanha para tentar resgatar a tradição do país no cenário internacional, no entanto, começou de maneira lenta. O Irã, que só não queria perder por mais de 50 pontos, acabou fazendo o jogo da vida e complicando a da seleção no primeiro tempo. A coisa só começou a engrenar na volta do vestiário, quando a defesa apertou os rivais e o ataque colocou a cabeça no lugar. Jogando para o gasto, dever de casa feito: 81 a 65.
A seleção volta à quadra neste domingo, às 15h30m (de Brasília), com transmissão do SporTV, para enfrentar mais uma seleção limitada, a Tunísia, que perdeu para a Lituânia na estreia para a Eslovênia por 80 a 56. No outro jogo do grupo B, os EUA massacraram a Croácia por 106 a 78.
O cestinha brasileiro no sábado foi Guilherme Giovannoni, que começou como titular na vaga de Anderson Varejão, lesionado. O ala anotou 17 pontos e pegou sete rebotes. Tiago Splitter foi bem com 13 pontos, mesma marca de Leandrinho. Marcelinho Huertas anotou 10 e ainda distribuiu nove assistências. Pelo Irã, o pivô Hamed Hadadi comandou as ações com 16 pontos e nove rebotes.
Uma seleção que pensa grande tem que se dedicar em todas as parte do jogo. O time teve muitos erros de passe no primeiro tempo, mas o que importa é começar com uma vitória. Estamos vendo em outros grupos resultados que ninguém esperava – afirmou Marcelinho Machado, autor de oito pontos, em entrevista ao SporTV após a partida. Ele se referia a algumas zebras da primeira rodada, com as vitórias da França sobre a Espanha e do Líbano sobre o Canadá.
Primeiro tempo equilibrado
O gigante Hadadi, de 2,18m, foi muralha, armador, chutou bola de três e distribuiu tocos. Carregava nos ombros a sua equipe, que aproveitou a iniciativa do seu "faz-tudo" no início do jogo para equilibrar as ações contra um adversário de nível superior. Fez mais. Conseguiu comandar o marcador por 10 segundos (6 a 5). E foi só. Agachado, à beira da quadra, Rubén Magnano via seu time abrir vantagem no primeiro quarto, com menos facilidade do que o esperado. Dava segundas chances nos rebotes, e os iranianos agradeciam. Splitter deu lugar a JP Batista, Murilo substituiu Guilherme, e Marcelinho, Alex. A diferença ficou nos dez pontos: 22 a 12.
Apesar da vantagem, a seleção passava períodos longos sem pontuar. Do outro lado, o time de Hadadi se agigantava. Partia para cima sem medo e dava trabalho. O pivô estava em todos os lugares e vibrou ao ver no placar menos de dois dígitos de diferença (32 a 25). Não deu para fazer muito mais que isso. Exausto, ele colocou as mãos nos joelhos ao fim do primeiro tempo, vencido pelos brasileiros por 39 a 29.
Brasil deslancha na volta do vestiário
O gigante descansou pouco. Com fome de jogo, ele e seus companheiros voltaram mais cedo para a quadra, enquanto o Brasil ouvia as orientações de seu treinador para colocar ordem na casa. Deu certo. Empenhado na defesa, o time de verde trabalhava melhor a bola nos ataques e apostava na velocidade para surpreeder o adversário.
O jogo começava a aparecer, e a frente aumentava a passos largos (46 a 29), o que encurtou o caminho de Raulzinho até a quadra. O armador de 18 anos deixou o banco para atuar em seu primeiro Mundial. Durante cinco minutos, foi responsável pela condução da seleção e contribuiu seis pontos. Sem Hadadi no caminho, pendurado com três faltas, o Brasil fechou o terceiro período em 61 a 46.
Com a vitória assegurada, Magnano tirou de cena parte dos seus titulares. O time dominava as ações, mas também desperdiçava bolas no ataque. O Irã não desistia e se mantinha fiel ao objetivo de perder de pouco. O Brasil, àquela altura, já nem se preocupava com o placar. Bastou controlar o jogo, sem ser ameaçado. Não foi uma exibição de gala – longe disso – e a vantagem não chegou nem perto dos 50 pontos previstos pelos iranianos. Mas se teve candidato ao título caindo na estreia, ao menos a seleção conseguiu confirmar seu favoritismo e cravar a primeira vitória na tabela. Domingo tem mais.
Titulares: Huertas (10 pontos, nove assistências), Leandrinho (13), Alex (4), Guilherme (17, sete rebotes), Tiago Splitter (13). Entraram: Marcelinho Machado (8), Nezinho (0), Murilo (2), Raulzinho (6), JP Batista (2), Marquinhos (6). | TItulares: Hadadi (16 pontos), Kamrany (13), Sahakian (10), Kazemi (9), Davari (4). Entraram: Zandi (0), Nabipoor (0), Davoudichegani (6), Veisi (2), Hassanzadeh (2), Kardoust (3), Davarpanahfard (0). |
Técnico: Rubén Magnano | Técnico: Vaselin Matic |
Local: Istambul. Data: 28/8/2010. Hora: 15h30m. |
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