terça-feira, 7 de setembro de 2010

‘Ator’ nas horas vagas, Leandrinho quer novo roteiro contra a Argentina

Alvo preferido dos vídeos do amigo Steve Nash, ala-armador sonha escrever uma nova cena em sua biografia: a vitória sobre os hermanos nesta terça

basquete mundial leandrinho brasil treino
Leandrinho: uma nova chance de bater a Argentina
em Mundiais (Foto:CBB)

A paixão pela telona vem de longe e o fez construir uma sala de cinema em sua casa nos Estados Unidos. Lá, até um pôster de Bruce Lee ganhou lugar na parede. Por muito tempo, antes de ir jogar, Leandrinho olhou nos olhos do lutador, de quem, desde menino, aprecia o estilo rápido. Dentro de quadra, a velocidade também é o forte do ala-armador, que nos últimos tempo virou o "ator" preferido dos vídeos produzidos por Steve Nash, seu então companheiro de Phoenix Suns. Hoje, o brasileiro diz que, se pudesse fazer um filme, seria sobre a vida de sua família e a carreira. E nele não poderia faltar uma cena que ele sonha guardar na memória: a vitória sobre a Argentina, nesta terça-feira, no Mundial da Turquia. A partida começa às 15h, com transmissão ao vivo do SporTV e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.

- É um jogo para ficar marcado na cabeça e até na roupa. É para guardar o uniforme e o tênis (risos). Dói muito mais perder para eles porque é uma rivalidade muito grande. Em 2002, a última vez que nos enfrentamos em Mundiais, foi assim. Doeu porque estávamos ganhando e não acreditamos, não botamos fé. No futebol às vezes o Brasil sofre uma derrota para a Argentina, mas vence muito mais. Agora é a hora de o basquete ir subindo e ganhar também – afirma Leandrinho.

As palavras são ditas de maneira tão sincera e sem cerimônia que nem mesmo um jornalista argentino, que estava próximo, deixou de sorrir. É isso que também provoca durante duas participações nos vídeos dirigidos por Nash. O armador canadense já o convenceu a se transformar num personagem de "Avatar" e o mostrou dentro do ônibus, acordando alguns companheiros ao tentar cantar "All night long" de Lionel Richie. As atuações foram avaliadas por Samara Felippo, atriz e mãe de Alícia, primeira filha do jogador.

Samara Felippo, no no mundial de Basquete na Túrquia
Samara está em Istambul para acompanhar a
seleção (Foto: Globoesporte.com)

- Leandro é muito cara de pau. Ele ainda não convence como ator. Tem que estudar um pouquinho - diverte-se Samara, que acompanha os jogos da seleção em Istambul.

Fã de Denzel Washington

Ele leva na brincadeira. Sabe que seu palco é a quadra e deixa o outro para Denzel Washington, seu artista predileto. Talvez o preferido, caso tivesse que viver sua vida numa tela de cinema. Livro ela vai virar. Passagens como os tempos difíceis em que ele e os quatro irmãos tinham que ajudar em casa e sua contribuição foi trabalhar na feira. Arthur, o mais velho, viu nele potencial para mais e o levava para os treinos nas costas, já que não tinham dinheiro para a gasolina. A mãe, Dona Ivete, era massoterapeuta e também fazia tricô para vender no quartel de Arthur. O caçula virou o projeto da família, tinha que dar certo, e acabou parando na NBA. Sem falar inglês, dorminando no vestiário, indo para o treino de bicicleta.

- Quando o Nash começou a relação dele com a câmera, teve muitas ideias de fazer coisas comigo. E eu aceitei. A Samara faz críticas e avalia. Ela é atriz, né? Num deles eu canto. Gosto de muitas músicas e tem umas que não conheço tanto, mas que me dão vontade de cantar. E se não canto a palavra certa, vou do jeito que sei. Eu admiro muito o Denzel Washington e tive a felicidade de conhecê-lo quando ele foi assistir a algumas partidas. Hoje, se eu pudesse fazer um filmezinho seria da família e da carreira. Tenho muita história para contar. De sofrimento e felicidade.

Sobre o livro, ele adianta o que é possível:

- Meu irmão está escrevendo um livro da nossa vida. Nós lutamos muito e acho que ainda sou o mesmo menino simples, que gosta de sorrir muito e que brinca bastante. Que gosta de jogar bola demais. Se tivesse um título para o livro ou para o filme, seria "O guerreiro". Eu vi aquele da Sandra Bullock (“Um sonho possível”), e aquela história é real, né? Demais! – lembra Leandrinho, referindo-se à história do jogador de futebol americano Michael Oher.

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